quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A arte Moçarabe - Friso dos leões

FRISO DOS LEÕES
Sécs. IX-X
Dimensões -  31 x 70 x 35 cm
Material - Calcário
Precedência - Mosteiro de São Félix de Chelas, Lisboa
Actualmente está exposto no Museu Arqueológico do Carmo



Friso rectangular de composição decorativa horizontal, mutilado nas duas faces menores e com faltas de material nas faces maiores.
Composição superior, mais larga organizada em secções: um elemento vegetal (Árvore da Vida) ladeado por dois leões de perfil, com urna pata dianteira ligeiramente elevada sobre a Árvore e com o focinho olhando directamente para o observador.
Em segundo plano, por trás dos leões, outros elementos vegetais com secções delimitadas por troncos verticais com folhagem fazendo a ligação a outra secção do lado direito, truncada, e provavelmente outra do lado esquerdo de que não resta qualquer elemento. Composição inferior separa-se da superior através de uma moldura rectangular e é integralmente preenchida por uma banda ondulante de videira, alternando folhas com cachos de uva. Identificado em 1864, por Vilhena Barbosa, no claustro velho do Mosteiro de Chelas, este friso seguiu o mesmo percurso historiográfico de uma catalogação visigótica até à inclusão na arte moçárabe.
Plásticamente, encontram-se alguns traços comuns com outras peças da mesma época e expostos também no Museu Arqueológico do Carmo, como o tratamento das linhas anatómicas dos corpos.
Iconograficamente, reflecte a imagem do Paraíso, com um sentido apotropaico, os leões são os protectores da Árvore da vida, que afastam as forças demoníacas da fonte de Eternidade a que o Homem anseia.

Exposições
Portugal Islâmico. Os Últimos Sinais do Mediterrâneo” (Lisboa, 1998)
El Esplendor de los Omeyas Cordobeses” (Córdova. 2000).

Bibliografla
BARBOSA, IV.. 864. pp. 38o-38
FIGUEIREDO. 8., .890. pp. 34 36
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Foto - José Alberto Ribeiro


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