quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Povoado Islâmico da Ponta do Castelo


Aljezur / Carrapateira

Seculo XII/XIII
Segundo Rosa Varela Gomes, arqueóloga responsável pela intervenção, este povoado situado num cabo que termina em arriba sobre o oceano seria provavelmente sazonal dedicado à exploração dos recursos marinhos, juntamente com a agricultura, conduzindo deste modo à produção agro-marítima, frequente na costa algarvia.




Foram identificadas restos de catorze estruturas habitacionais constituídas por uma única divisão, com planta rectangular, edificadas em taipa sobre enrocamento de pedra.
Algumas destas estruturas conservavam restos de combustão e cerâmicas partidas, assim como anzóis, pesos de rede e restos de fauna marítima e terrestre.
A pesca e o marisco constituíam não só a principal fonte alimentar dos residentes neste povoado mas o peixe, depois de salgado e seco, poderia entrar nos circuitos comerciais, servindo como moeda de troca com diferentes produtos de outras regiões do interior, nomeadamente cereais.
Foi também levantada a hipótese de este povoado ser um observatório do mar, talvez tendo em vista a baleação.





O osso de baleia encontrado, poderia ter pertencido a animal ali caçado, pois aquele mamífero marinho, hoje desaparecido do mar do Algarve, era abundante no Garb al-Andalus.
O povoado da Ponta do Castelo é o primeiro assentamento de pescadores do período muçulmano a ser investigado em Portugal.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Bocal de cisterna islâmico de Silves


Peça exposta no Museu de Arqueologia de Silves

Arenito vermelho ( Grês de Silves)




Uma leitura possível feita por Mário Varela Gomes e Rosa Varela Gomes

No ano de 1975 e após a demolição de uma moradia na zona mais alta de Silves foram encontrados alguns fragmentos desta peça esculpida em arenito vermelho( pedra de Silves).
Com a colaboração do escultor Carlos Soares os fragmentos foram colados e restaurados estando a peça actualmente exposta no Museu Municipal de Arqueologia de Silves .
Este bocal pertencia a uma cisterna de construção subterrânea de planta quadrangular medindo cerca de 1,70m de largura por 2.20m de alto, sendo a cobertura em forma de volta perfeita ou abobada de canhão.
A estrutura da cisterna era feita de argamassa de cal e areia tendo sido escavada no solo e no substrato rochoso.
Foram identificados restos de uma outra cisterna do período Almoada que se encontrava sob um pátio com jardim e passeador, sobreposto pela necrópole cristã junta á Sé que data da segunda metade do século XIII.
O bocal foi estudado pelos arqueólogos Mário Varela Gomes e Rosa varela Gomes apresentando uma forma prismática com as medida de 0.70 de diâmetro e 0.75 de largura talhada em Grés de Silves de cor vermelha escura com manchas arroxeadas e de cor ocre .
Esta peça apresenta oito faces e os motivos decorativos foram gravados em relevo.



Para ler na integra : http://www.academia.edu/1551321/Bocal_de_Poco_Islamico_de_Silves_-_Uma_leitura_possivel