quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Albufeira - Placa Apotropaica




Símbolo do Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira, foi cronologicamente atribuído ao período Islâmico (século X ) pelo arqueólogo Mário Varela Gomes. Foi descoberta pelo Padre Semedo de Azevedo no local da Porta da Alcaçova ou da Praça. Esta placa está decorada com dois motivos de plantas, colocados a par, que poderão representar pétalas ou bolbos de lotus.

As placas apotropaicas são elementos arquitectónicos pouco comuns no mundo Islâmico peninsular, sendo também conhecidas por placas profiláticas. Estas placas oferecem textos ou iconografias apresentadas de formas variáveis onde se destacam símbolos recorrentes tidos como possuidores de propriedades capazes de afastarem o mal. 


Fonte - Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Cemitério com 900 anos do Ribât da Arrifana investigado por arqueólogos

http://www.sulinformacao.pt/2014/08/cemiterio-com-900-anos-do-ribat-da-arrifana-investigado-por-arqueologos-com-fotos/

Sete das sepulturas do cemitério do Ribât da Arrifana, situado na Ponta da Atalaia, na costa de Aljezur, foram escavadas pela equipa de arqueólogos coordenada pelo casal Rosa e Mário Varela Gomes, numa curta campanha nos últimos quinze dias de Julho.







Uma dessas sepulturas do século XII pertencia a Ibrāhīm bn Sulaymān bn Hayyān, que seria talvez um dos monges deste mosteiro islâmico ou um peregrino que aí acabou por falecer no ano de 1148 A.D. Ou quem sabe, como sublinhou Rosa Varela Gomes, «será que ele pereceu durante uma batalha e foi aqui sepultado?»
Como é que os investigadores sabem o nome deste homem sepultado numas das cerca de sete dezenas de sepulturas já descobertas na necrópole situada junto ao antigo Ribât? Graças a uma estela epigrafada – ou seja uma lápide com uma inscrição gravada na pedra – que foi descoberta há dois anos, ainda colocada na cabeceira da sepultura.Esta e outra estela descobertas no cemitério islâmico são mesmo consideradas um achado de grande importância e até raridade, como explicou ao Sul Informação a arqueóloga Rosa Varela Gomes: «as duas estelas epigrafadas, que encontrámos no Ribat da Arrifana, são as únicas que se conhecem in situ na Península Ibérica».


Excerto de texto de Elizabete Rodrigues


Jornal Sul Informação

para saber mais visite o link ; http://www.sulinformacao.pt/2014/08/cemiterio-com-900-anos-do-ribat-da-arrifana-investigado-por-arqueologos-com-fotos/










quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A torre albarrã do Castelo de Paderne




O Castelo de Paderne apresenta uma unica torre albarrã como estrutura de ataque e defesa, o termo albarran de origem arabe " (do árabe "al-barran") e significa que está no exterior ou saliente ao castelo, ou num troço de muralha, à qual se liga, por um passadiço.
Este tipo de estrutura militar foi introduzida pelos Almóadas na península Ibérica, com a primitiva função de constituir uma atalaia (se mais distante) e de reforçar a defesa dos muros através do ângulo assim criado para poder atacar os agressores pelas costas . Junto aos portões de entrada, dificultava o trabalho dos engenhos atacantes, como por exemplo, o dos aríetes. A torre do Castelo de Paderne tem uma forma quadrada com cerca de 5,70m de lado por 9,30m de altura conservada, o seu topo era formado por quatro blocos de taipa que se uniam na sua totalidade, hoje em dia apenas restam três desses blocos. O acesso á torre através do interior do castelo era feito através de uma escada encostada á muralha e dai passavam pelo passadiço aéreo (mata cães) que tem de comprimento 2,90m por 2,80 de largura.
Segundo  Ataide Oliveira na sua monografia de Paderne de 1910, no passadiço existia uma abertura que se designa por mata cães (1) com aproximadamente 1m de diâmetro em formato cónico estando actualmente tapada por pedras e argamassa, esta abertura tinha como finalidade atacar o inimigo colocado sob o abrigo do passadiço e que segundo a tradição oral esta abertura teria funcionado também como forca.




Esta torre tem uma abertura em forma de porta que permitia o acesso ao interior composto por um piso em taipa onde se pode encontrar uma cavidade do lado direito que terá servido para guardar bolas de funda e de catapulta assim como mantimentos. O piso de circulação apresenta vestígios de fogo com várias intensidades, No interior da torre pode se também observar vestigios de uma seteira virada no sentido da ponte sobre a ribeira e com visibilidade para a entrada em cotovelo do castelo, assim como uma segunda abertura que poderá ter funcionado como seteira ou para outro qualquer tipo de maquinaria de guerra.
Aquando das intervenções arqueológicas efectuados no castelo pela arqueóloga Dra. Helena Catarino foi levantada a hipótese da torre ter tido duas fases de utilização ou funcionamento, sendo que numa primeira fase a torre apresentasse um segundo piso em madeira com paliçada de protecção dos arqueiros e que no  piso inferior tivesse três seteiras e que serviria também para armazenamento de materiais de guerra, apresentando vestígios de fogo, Na segunda fase apenas o segundo piso teria sido utilizado . Foi igualmente levantada a hipótese de a torre ter servido como torre sineira uma vez que o Castelo de Paderne foi sede de paroquia.

Adaptação de texto da autoria da Dra. Natércia Magalhães
Fotos - José Alberto Ribeiro